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Compliance ESG Governança GRC | IRM Riscos

ESG: origem e visão de futuro

Por Millena Montefusco dos Santos, Consultora GRC

A origem do termo ESG, tal como conhecemos hoje, é da publicação Who cares wins (“Quem se importa ganha”, em livre tradução), do Pacto Global da Organização das Nações Unidas, em parceria com o Banco Mundial, de 2004. O texto questionava CEOs de 50 instituições financeiras sobre a integração dos fatores sociais, ambientais e de governança ao mercado de capitais e descrevia mecanismos para inclusão desses fatores no mundo dos investimentos.

Contudo, o conceito em torno de ESG está intimamente relacionado a um modelo criado por John Elkington, em 1994, o de Triple Bottom Line, ou Tripé da Sustentabilidade, que combina dimensões econômicas, sociais e ambientais. Segundo a abordagem, a gestão empresarial não deve ter como foco apenas os resultados financeiros; ela deve considerar os impactos gerados por suas operações ao planeta. Nesse sentido, o modelo implica no equilíbrio entre três pilares básicos, conhecidos como 3P’s, de acordo com os nomes em inglês: people, planet e profit.

Importante dizer que, mesmo após a publicação do relatório do Pacto Global e diversos debates em torno do tema, apenas em 2015 dois eventos fizeram com que o assunto atrelado à sustentabilidade repercutisse em maior grau no mercado financeiro: a Agenda 2030, da ONU, e o Acordo de Paris.

A Agenda 2030 consiste em um plano de ação global que agrupa 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) e 169 metas, com a finalidade de erradicar a pobreza e promover vida digna a todos. Já o Acordo de Paris é um tratado mundial com o objetivo de reduzir o aquecimento global.

Mesmo com essas iniciativas, o debate em torno da temática se mostrava enfraquecido, até que em 2020 ganhou grande relevância por meio de Larry Fink. O diretor executivo da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, em sua carta anual, anunciou diretamente aos CEOs das empresas que a sustentabilidade iria se tornar critério para decisões de investimento e que aquelas não comprometidas estariam fadadas a perdas de capital. Segundo a carta:

Risco climático é risco de investimento.

Sustentabilidade no coração da nossa estratégia de investimento. Estas incluem: fazer da sustentabilidade uma parte integrante da construção do portfólio e da gestão de risco; desinvestir daqueles com alto risco de sustentabilidade, como os produtores de carvão para termoelétricas; lançar novos produtos de investimento que filtrem os combustíveis fósseis; e fortalecer nosso compromisso com a sustentabilidade e a transparência em nossas atividades de gestão de investimentos”.

Fonte: Carta de 2020 de Larry Fink para os/as CEOS – uma mudança estrutural nas finanças

Nessa direção, de acordo com informações do site da própria BlackRock, nos últimos anos, cada vez mais empresas têm se preocupado com o impacto da sustentabilidade nos seus portfólios, o que impulsiona a busca por maior conhecimento sobre os fatores relacionados ao assunto, principalmente aqueles atrelados às mudanças climáticas. Sobre esse último fator, é importante destacar como seus riscos atrelados podem afetar a rentabilidade das empresas ao longo prazo.

De forma resumida, essa perspectiva é muito interessante e pode ser um fator motivacional para que mais e mais empresas passem a contemplar inciativas ESG. Quanto mais uma organização se negar a agir de forma a desconsiderar fatores ambientes, sociais e de governança, maiores serão os desperdícios, os riscos de multas, as reivindicações da comunidade e os prejuízos à sua imagem, além de serem percebidas como “organizações não sustentáveis” no longo prazo.

O compilado de dados a seguir resume a tendência de crescimento e investimento de empresas que consideram fatores ESG:

“60% dos investidores e das investidoras acreditam que fatores de ESG serão considerados nas análises de gestores e gestoras de fundos dentro dos próximos cinco anos” (COREDATA, 2021)

“66% dos brasileiros e das brasileiras veem a sustentabilidade como um critério que influencia a sua tomada de decisão. Além disso, 61% afirmam observar os valores praticados pelas empresas das quais são clientes” (EY-PARTHENON, 2021)

“Estima-se que, até 2025, os ativos financeiros em ESG devem alcançar a marca de um terço do total de US$ 140 trilhões administrados no mundo” (EY-PARTHENON,2021)

De acordo com notícia publicada no Estadão, por Thiago Lasco, em agosto de 2020: “Empresas que adotam agenda ESG têm rentabilidade acima do Ibovespa.”

Segundo relatório da PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim do ano passado.

Segundo levantamento da Morningstar e pela Capital Reset, no Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020 – mais da metade da captação veio de fundos criados nos últimos 12 meses.

Por fim, segundo artigo publicado pela MIT Technology Review, por Gustavo Montezano, diferentes estratégias têm sido usadas por empresas para tratar sobre o tema e é contagiante presenciar diferentes soluções apresentadas no mercado brasileiro: “(…) Dentre essas diferentes soluções, aquelas que têm associado suas iniciativas de inovação aos investimentos socioambientais dentro do core business da companhia devem ditar o tom dos padrões organizacionais num futuro próximo. Por um motivo simples: essas empresas conseguirão gerar mais valor, fruto desses investimentos.”

Com essas considerações, é certo afirmar que as empresas devem estar mais atentas a essas questões e tornar o tema ESG parte integrante do seu negócio, pois adequar suas atividades ao conceito é uma questão de sobrevivência e de competitividade.